Luindia Alvarenga

O jornalista, como ator social e mediador de sentidos, não pode estar ausente do debate ambiental. Ter uma visão sistêmica é a única forma de conseguir produzir reportagens impregnadas de transversalidade, caminho que torna possível o oferecimento ao leitor de toda a complexidade contemporânea. O estudo aborda matérias sobre questões ambientais publicadas nos periódicos “A Crítica” e “Amazonas Em Tempo” compreendidas entre os anos de 2007, 2008 e 2009. Os componentes do discurso ambiental se delineiam pelos dois grandes fatores na dupla agressão nos ecossistemas: consumo ostensivo, desperdício, descartáveis, e lixo excessivo. Assim, o jornalismo ambiental faz questionamentos diante do crescimento econômico sustentado sobre as desigualdades sociais. Nesta argumentação, temas como miséria, fome, condições subumanas de moradia adquirem o status de temas ambientais tanto quanto, poluição, devastação das florestas, biopirataria e extinção de espécies animais. A discussão tem como base a Análise do Discurso a partir da organização argumentativa do discurso de Charaudeau: a proposta, a proposição e a persuasão e da Retórica Clássica proposta por Chaïm Perelman e Olbrechts-Tyteca. A Análise de Conteúdo de Bardin reforça a necessidade de se aplicar aos discursos esse conjunto de instrumento metodológico. A maioria das 34 reportagens enfatiza a preocupação com o desmatamento e a poluição dos mananciais. Nesse sentido, o jornalista dá voz às autoridades como recurso utilizado para aumentar sua força argumentativa. Aponta-se, como recurso conclusivo, a idéia desenvolvida a respeito do funcionamento do jornalismo atual que prioriza o impacto ante ao significado dos fatos, reforçando a necessidade de melhor formação dos jornalistas para o desempenho de coberturas ambientais, dada a complexidade do tema. Palavras-chave: Jornalismo, Jornalismo Ambiental, Meio ambiente, Análise do discurso, Análise de Conteúdo.